Nasci em um inverno de 1947, em Curitiba. Depois de uma curta passagem pelo Colégio Martinus fui para o Colégio Santa Maria, dos maristas, onde estudei do primário ao científico, como era chamado o ensino na época. Foi lá, no velho Santa Maria da Praça Santos Andrade, que entrei em contato com o cinema de arte através do Cine Clube.

Fascinado olhava as imagens, interpretações, ouvia os sons, diálogos, música, daquela que seria quase uma síntese das outras artes. Tinha sido arrebatado pelo meio de expressão artística fora do chamado circuito comercial capitaneado pelas grandes companhias norte americanas: Hollywood. Assistia a filmes franceses da nouvelle vague, ao neo-realismo italiano, a filmes japoneses, tchecos, russos, suecos, mexicanos, espanhóis, indianos, enfim, a manifestação cinematográfica de outras culturas. Após o filme fazíamos um debate entre as pessoas que permaneciam na sala de exibição.

O que me fez ter um amor especial pelas imagens foram as aulas de fotografia que o professor de geometria descritiva e, também, de física, o irmão Ruperto Félix, dava a título de complementação. Penso que foi ali, no laboratório de física do colégio, que meu destino profissional foi traçado. Como na época não havia em Curitiba um curso universitário de fotografia, cinema ou comunicação prestei vestibular para o curso de direito da Universidade Federal do Paraná. Após três longos anos de estudo de matérias áridas como o deserto de Atacama fugi, não olhando para trás, para fazer o que realmente o que queria: trabalhar com imagens.

Comecei a trabalhar, então, com o cineasta Sylvio Back, depois como diretor de TV no órgão dos Diários e Emissoras Associados, a TV Paraná Canal 6 e na Prisma Realizações, estúdio fotográfico de Jesus Santoro e Francisco Kava. E foi na Prisma que entre câmeras Rolleiflex, Speed Graphics, Leicas, Exaktas iniciei o aprendizado da arte fotográfica: a aprender os segredos do diafragma, obturador, velocidade, sensibilidade do filme, as fórmulas químicas para a revelação do negativo e das cópias, enfim, toda a parafernália necessária para a criação das imagens. Devo sobretudo ao Santoro, nos inúmeros bate-papos que tivemos, os ensinamentos sobre luz e iluminação, enquadramento, manipulação de materiais e fórmulas e, principalmente uma visão ética sobre o trabalho fotográfico.

Da Prisma saí para entrar no mercado de fotografia para a publicidade. Foi em 1973 que o Rettamozo me levou para o que seria o início da PAZ do Zeno J. Otto e do Nilson Machado. Arrisco dizer que foi nestes anos da década de 70 que a moderna publicidade curitibana começou. Nasceram a Múltipla Propaganda & Pesquisa, do Luiz Carlos Zanoni, Desidério Pansera e Gilberto Ricardo dos Santos, a Lema, a Soma do José Dionísio Rodrigues e Rafael de Lala, a Umuarama, house do banco Bamerindus. Outras agências da época eram a Exclan, da família Prosdócimo (Indústria e Loja), a Associados, a PMN, Século XX entre outras.

Trabalhei com todas elas e com seus clientes: Dr. Scholl, Móveis Kastrup, Banco Bamerindus, Governo do Paraná, Artex, Grupo Hansen, Refrigeração Paraná, Paranatur, Fundição Tupy, Móveis Cimo, New Holland, Artefama, O Boticário, Volvo do Brasil.

Estive em Gotemburg, na Suécia, a trabalhar para a Volvo Truck Corporation e na Bélgica, em Bruges (Zedelgen) na New Holland. Fiz fotografias nos Estados Unidos e na Itália.
Em 1990 deixei o país rumo a Portugal onde fiquei durante 7 anos e meio. Entre as agências de publicidade que me deram a honra de trabalhar junto a elas destaco a Lintas, a McCann, a Ogilvy & Mather, a Leo Burnett, a Wunderman Cato Johnson, a Young & Rubican, a Neocom, a Interact. Fiz trabalhos para os clientes: Galp, Nestlé Portugal, British Petroleum, Câmera Municipal de Lisboa, Nacional Massas, Effem de Portugal, Cascais Shopping Center, Banco Comercial Português.

Voltei à Curitiba no final de 1997. Uma nova geração de publicitários já estava a trabalhar no mercado. Jovens saídos de escolas de publicidade e comunicação, atentos para o que se fazia em um mercado informatizado e globalizado, viam com diferentes olhos as relações entre as várias camadas do que compõe os diversos segmentos que dão origem a atividade publicitária. O mundo, novamente, tinha mudado.

Eu continuo a trabalhar com o que sempre fiz e que sempre amei: a imagem. Estou estabelecido, com minha sócia e minha companheira de vida, minha mulher Carmen Lúcia, em Santa Felicidade à Rua Esídio Orlando Fabri, 68. Trabalhamos em um estúdio de 100 metros quadrados de área contínua; possuímos câmeras de grande, médio e pequeno formatos com as respectivas objetivas, geradores para flash, luz contínua, câmera digital de 8,5 Mb com objetivas e 4 computadores Mac para tratamento de imagem.

Porém isto tudo não teria a menor utilidade se nós não trabalhássemos em cada imagem que nos é solicitada com a competência e o amor que cada cliente tem o direito de exigir.